Matéria de Rascunho
EDUARDO TORNAGHI

A Arte tem sido minha janela e bússola para a vida.
Foi o exercício e o aprendizado do palco que permitiram a esse menino trancado que continuo sendo um contato mais pleno com o lado de fora.
Ou seja, você. Me fez tanto bem, que tenho me dedicado a contagiar a todos que eu puder alcançar.
Se por um lado a vida não tem ensaio, é rascunho que não se passa a limpo, por outro a Poesia não está nem aí para essas verdades prosaicas.
Por isso, Matéria de Rascunho / ensaio de poeta.
Sendo a vida rascunho e sendo cada um do seu jeito, todos iguais, aqui vão uns rabiscos meus só pra ecoar em você.
Oxalá te divirta!
“A alegria é a prova dos nove.” Oswald
UM LIVRO DE ENCONTROS
Marcus Vinícius Quiroga
No subtítulo de Matéria de Rascunho, Eduardo Tornaghi diz que se trata de um ensaio de poeta.
Eu diria que não só este, mas todo livro é um ensaio para outro livro e, ao mesmo tempo, uma obra definitiva.
Mais: diria que todo texto é sempre véspera, expectativa de outro, e o poético que o ilumina é este devir contínuo.
Com domínio da carpintaria literária, o autor varia formas e contracena intertextualmente com Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Paulo Leminski, Cairo Trindade, Murilo Mendes…, trazendo para a luz das leituras o que se passa nas coxias da criação poética.
Sem rigidez de marcação, Tornaghi se movimenta com liberdade pelas páginas-palco, resgatando o momento epifânico de cada texto e nos lembrando de que “há sempre uma outra leitura/ dentro de cada poema”, porque na poesia, este não-lugar, as palavras usam múltiplas máscara se os sentidos se movem a todo instante.
Neste espaço utópico que o poeta elegeu para sua estreia, assistimos à atuação de poemas que, elaborados com linguagem enxuta e contemporânea, pensam o mundo em suas manifestações caseiras, sociais ou existenciais, com a mesma afetividade.
Tenho certeza de que, lido o último verso e descido o pano, o leitor não sairá do livro em silêncio.
As vozes dos poemas vão permanecer para além do fim do espetáculo,em sua memória emotiva, até a próxima sessão.
E que cada leitor apanhe este grito lançado, como em Tecendo a manhã de João Cabral, e o lance a outro. Pois este é, acima de tudo, um livro de encontros.
Apresentação

Ensaio é fase de namoro, aproximação, estudo, descoberta. Depois de começar a escrever contagiado pelo movimento poético que espalha saraus e rodas de Poesia por toda a cidade, chegou a hora em que preciso ser lido para descobrir quem sou.
A Expressão é uma necessidade básica do ser humano, tal como beber ou respirar.
E só se completa no Outro.
O palco me ensinou que só podemos nos saber por completo ouvindo e acatando a reação do público.
Metade da coisa é você se enxergar, a outra metade é aceitar o como os outros te percebem.
Este livro é meu “ensaio aberto”.
Aquele momento em que o espetáculo já está alinhavado, mas você ainda não sabe direito o que ele é.
Ainda rascunho.
Então convidamos os colegas para que a reação deles nos permita saber o que realmente estamos dizendo.
“Escrever é desvendar o mundo”
Simone de Beauvoir
E também uma delícia e uma libertação (além de trabalho danado de difícil).
Tenho portanto uma dívida impagável com Cairo Trindade, que me fez pegar no lápis depois de muito insistir:
— Eduardo, você é um poeta, tem que escrever!
Me estimulou a brincar com as palavras contando pés e a trocar sentidos, no prazer de burilar o texto.
Ele e sua Denizis foram meus primeiros interlocutores, comentando passo a passo a Criação.
Devo também a poetas como Marcus Vinícius Quiroga (que me deu o título deste livro), Dudu Pererê, Geraldo Carneiro e tantos outros, que, com sua poesia e militância, contagiam aquele enthusiasmós dionisíaco sem o qual nada vale verdadeiramente a pena.
A Antonio Carlos Secchin, devo um agradecimento especial.
Apoiado no fraquíssimo argumento de termos sido contemporâneos no colégio, fui procurá-lo.
Mesmo ocupado como é, na maior gentileza, respondeu com toques curtos e exatos.
Coisa de craque.
A Poesia é necessária.
Só com ela vamos além da superfície das coisas, da superfície de nós.
Os poetas nomeiam o que há, pronunciam as palavras essenciais, nos traduzem aquele sentimento que tínhamos e não conseguíamos decifrar.
A Poesia Brasileira Contemporânea é pródiga; além dos poetas já citados vale a pena conhecer Paulo Henriques Britto, Antonio Cicero, Gilberto Mendonça Teles, Viviane Mosé, Salgado Maranhão, Braulio Tavares, Adriano Espínola, Wanda Lins, entre muitíssimos outros. Cada um deles, capaz de acender a lucidez em nós.
Toda quarta-feira nos reunimos na “Pelada Poética“, Quiosque Estrela de Luz, Av. Atlântica, Posto 1, às 19 horas, para celebrar a Poesia, com o espírito do campinho de pelada, brincadeira, liberdade, invenção.
Brincar com sons e sentidos como brincamos com a bola, por puro prazer mas sempre visando fazer o gol — tocar o Outro.
Saborear o prazer de se expressar, que é prazer porque nos põe em contato com o Outro.
Igualzinho ao futebol.
Todos queremos uma vida plena. Para isso serve a Poesia, como toda arte.
É mapa e veículo para expansão da experiência vital.
Meus pais nos ensinaram que todo mundo deve praticar uma arte para ser completo.
Então lá em casa brincávamos com todas. Cada um descobriu a sua, mas não deixou de brincar com as outras.
Porque é bom e faz bem.
James Joyce começou um livro com este parágrafo:
Imagine.
“A alegria é a prova dos nove”
Oswald de Andrade
Divirta-se!
Eduardo Tornaghi
NO PALCO, NO LIVRO, NA VIDA
Cairo de Assis Trindade
Eduardo Tornaghi sempre foi, antes de tudo, um apaixonado pela poesia.
Quando saquei, há muito tempo, perguntei se ele escrevia.
“Poemas, não”, respondeu.
No final dos 90, ele me convidou para um sarau.
Eu não gostava da mesmice dos saraus, nessa época, e me lembrava de Bocage dizendo que o Rio era terra de maus poetas.
Mas fui.
Era na casa dele, num apê do Leme, em frente ao mar.
Poesia e violão a noite inteira.
Inesquecível.
Daí em diante, íamos a quase todos os Saraus dos Tornaghi.
Sempre uma festa, envolta numa aura de arte, beleza, requinte.
Eu sabia: Eduardo tinha tudo para ser poeta.
Até o physique du rôle.
Ele não sabia.
Mas era preciso que ele acreditasse. Fui tentando sutilmente convencê-lo.
Até que ele começou a acreditar.
Então o convidei a frequentar minha Oficina. Ele veio.
Dei-lhe as chaves e as senhas.
Poeta mesmo é o que diz — dichtung — e o que faz — poiésis.
Dizer, ele sempre disse muito bem.
Só faltava o principal: fazê-lo fazer.
Ele decidiu se aventurar e, em poucos dias, escreveu os primeiros poemas.
Aprovei alguns, com a certeza de que os leitores iriam aprovar.
Assim, o próximo passo seria publicar em livro.
Selecionei então seus melhores poemas e os publiquei na antologia de nossa Oficina, em 2006.
Os leitores aprovaram.
Por fim, era preciso fazê-lo editar um livro solo, com todos os seus poemas.
Deu certo: Matéria de Rascunho tem poesia.
Da boa.
E Eduardo Tornaghi é um poeta.
Dos maiores
Cairo de Assis Trindade

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120 Páginas
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